Petróleo

Os petróleos não são considereados rochas, por não serem sólidos nem constituídos por matéria inorgânica. Definem-se como misturas mais ou menos complexas de hidrocarbonetos.



O petróleo resulta da acumulação de matéria orgânica de origem planctónica em fundos oceânicos sem turbulência, juntamente com materiais argilosos, que provocam condições anaeróias que conduzem ao processo de betuminização. A betuminização envolve, inicialmente, uma decomposição anaeróbia e um aumento de temperatura (entre 120ºC e 150 ºC). Este processo é muito lento, não reprodutível em laboratório.
Do processo de betuminização libertam-se hifrocarbonetos líquidos ou gasoso, que se podem ou não manter na rocha em que forma originados (rocha-mãe).
Na maior parte dos casos, os hidrocarbonetos escapam em direcção à superfície das rochas, por serem menos densos e por as rochas serem porosas (migração do petróleo).
Dyrante a migração, podem atingir a superfície, perdendo-se, ou podem encontrar camadas rochosas impermeáveis, como a argila, constituíndo as armadilhas petrolíferas. Nestes casos, o petróleo acumula-se na rocha porosa suprajacente, constituíndo a rocha-armazém.



Meteorização Física e Química

Meteorização: conjunto de processos que, próximo da superfície, conduzem à alteração ou transformação das rochas.

Meteorização Física: desagregação e fragmentação das rochas, mantendo-se as suas características iniciais.



Descompressão de maciços rochosos - formação de fendas, diáclases ou superfícies de disjunção, pela chegada à superfície de maciços antes sujeitos à pressão das rochas suprajacentes.

Termoclastia - fracturação das rochas provocada pelas variações da temperatura.

Crioclastia - fracturação pela acção do gelo.

Haloclastia - Fracturação devido à formação de cristais de sal nas fendas das rochas.
Acção compressiva das rochas - a compressão/descompressão contínua da superfície das rochas, provocada pelas ondas, leva à perda de coesão das partículas constituíntes.

Acção dos seres vivos - as raízes das plantas e os animais que escavam as galerias contribuem para criar condições para que outros agentes de meteorização actuem sobre as fendas e os buracos abertos na rocha.


Meteorização Química: Transformação de minerais instáveis noutros mais estáveis, devido a fenómenos de dissolução, oxidação, hidratação, hidrólise, etc., geralmente com a intervenção dos seres vivos.

Oxidação -
a exposição dos materiais (próprios das condições de profundidade) à superfície leva à sua transformação química, devido ao oxigénio atmosférico.

Hidrólise - transformação das rochas, por acção do produto iónico da água.

Carbonatação -
reacção da água acidificada com as rochas, formando produtos solúveis.

Propriedades Químicas dos Minerais

Devido à sua composição química, alguns minerais podem ser diagnosticados através do sabor (como a halite-salgada), através do seu cheiro característico (como a caulinite) e também através da reacção com ácidos.

Reacção ao ácido clorídrico:
Alguns minerais fazem efervescência quando reagem com o ácido clorídrico, devido à libertação de dióxido de carbono. É o caso, por exemplo, da calcite.


Propriedades Físicas dos Minerais - Dureza

Dureza: resistência que um dado mineral oferece à abrasão, capacidade de riscar ou ser riscado. A dureza depende da estrutura do mineral e do tipo de ligações entre as suas partículas.
Um mineral com maisor dureza é capaz de sulcar um menos duro, não sendo riscado por ele.

A dureza dos minerais pode ser determinada em relação aos termos de uma escala, como a Escala de Mohs.



Desvantagens da Escala de Mohs:
- Proporciona apenas valores relativos (para determinar os valores absolutos é necessário utilizar aparelhos muito especializados)
- O aumento da dureza absoluta entre os termos da escala não é sempre o mesmo, é descontínuo.

Propriedades Físicas dos Minerais - Densidade

A densidade de um mineral depende da natureza das partículas que o constituem e do seu tipo de arranjo. Calcula-se através da massa volúmica.

Os minerais de brilho metálico apresentam densidades próximas da da pirite (5,0), enquanto que os minerais de brilho não metálico apresentam densidades próximas da do quartzo ou calcite (2,6/2,7). Qualquer mineral com uma densidade superior a 7 já é considerado muito denso, como é o caso do ouro.

Propriedades Físicas dos Minerais - Clivagem/Fractura

Alguns minerais tendem a fracturar segundo superfícies planas e brilhantes, com uma direcção bem definida - clivagem. Por exemplo, as micas têm um plano de clivagem e a calcite tem três.



Outros minerias, apesar de não apresentarem superfícies de clivagem, apresentam uma fractura característica, como a fractura concoidal (em concha) do quartzo.



A clivagem ou fractura de um dado mineral depende da força das ligações das partículas.

Propriedades Físicas dos Minerais - Brilho

Brilho: efeito produzido pela intensidade e qualidade da luz quando é reflectida na superfície do mineral.

Brilho metálico: brilho intenso, parecido com o dos metais polidos e observável em minerais opacos. (exemplo: pirite)


Brilho sub-metálico: semelhante ao brilho metálico, mas menos intenso. (exemplo: volframite)



Brilho não-metálico: verifica-se em minerias translúcidos ou transparentes. Pode ser vítreo, gorduroso, sedoso, acetinado, ceroso, nacarado ou resinoso. (exemplo: quartzo)


Propriedades Físicas dos Minerias - Risca ou Traço

Risca ou traço: cor do mineral quando reduzido a pó, geralmente constante. Pode ser determinada friccionando o mineral contra uma placa de porcelana despolida. Um mineral que possa apresentar várias cores tem sempre risca da mesma cor.



Geralmente, os minerais alocromáticos possuem risca branca ou incolor, os idiocromáticos não-metálicos têm risca igual à sua cor e os de brilho metálico apresentam risca negra.

Propriedades Físicas dos Minerais - A Cor

Quanto à sua cor, os minerias podem ser:

-Ideocromáticos: apresentam uma cor constante, como a pirite.



-Alocromáticos: apresentam cor variável, como o quartzo



A cor dos minerais não é uma propriedade muito fiável, pois raramente é única e pode ser alterada.

Minerais

Mineral: material natural inorgânico, sólido, cristalino e com composição química definida.
Pode-se fazer uma identificação dos minerais recorrendo a propriedades físicas e químicas, que reflectem a sua composição e estrutura, com o uso de tabelas de classificação. Uma identificação rigorosa requer técnicas especializadas (microscopia, raios-X, etc.)


Zonas de Vertente

Movimentos em massa: movimentos descendentes de materiais, feitos lentamente ou rapidamente, causando catástrofes. Podem ser originados por vários factores, como a gravidade, a inclinação do terreno, o tipo de material rochoso da região, a quantidade de água no solo e a variação da temperatura.

Numa vertente, à medida que a inclinação aumenta, mais fácil se torna o deslocamento de materiais ao longo desta.
É a força de atrito que impede o deslocamento de materiais, sendo controlada pelo grau de coesão das partículas e pela vegetação.



Prevenção de movimentos em massa:
- Construção de muros de suporte, instalando sistemas de drenagem interna, tais como drenos sub-horizontais e galerias drenantes.
- Reforço de arbustos e espécies vegetais de crescimento rápido.
- Colocação de redes metálicas.

Zonas Costeiras

Devido ao aquecimento global, o mar tem avançado, levando ao recuo da linha de costa. Assim, torna-se necessária, para o Homem, a construção de obras de protecção, para reduzir os efeitos do mar sobre o litoral.

Protecções do litoral:

Paralelas à costa:

-Aderentes:


-Não-aderentes


Perpendiculares à costa:


Regularização do caudal dos rios

Barragens: Permitem reter água durante um tempo mais ou menos eficiente, para que o leito, a juzante, descarregue a água para o mar, evintando riscos de cheia.
Vantegens: Produção de electricidade e forneciemento de água; irrigação de terrenos; lazer (desportos, pesca).
Desvantagens: retenção de sedimentos; destruição de habitats e ecossistemas fluviais.



Canalização: inclui a regularização, o aprofundamento, o alargamento e a remoção de obstáculos em zonas do leito do rio.

Risco Geomorfológico nas Bacias Hidrográficas

O florescimento de cidades, perto de rios, deve-se à sua utilização como via de comunicação, à facilidade no acesso a água, energia e alimento e à fertilidade dos solos das margens.

Rio: curso de água doce, de cariz permanente.

Caudal:
quantidade de água que passa, por unidade de tempo, numa secção do rio.

Bacia Hidrográfica: toda a região, rodeada de zonas mais ou menos altas, onde está implantada uma determinada rede hidrográfica de um rio.

Rede Hidrográfica: conjunto de um rio e de todos os seus afluentes.

O leito de um rio é o espaço que pode ser ocupado pelas águas, sendo possível distiguir o leito aparente (sulco onde normalmente correm as águas e os materiais que elas transportam), o leito de cheia (espaço do vale que é inundável) e o leito de estriagem (zona ocupada por uma quantidade menor de água).



Risco Geológico dos Rios:


Erosão- remoção de partículas das rochas (do leito e da margem). Deve-se à pressão exercida pela água em movimento, aumentando com a velocidade das águas.



Transporte- transporte de fragmentos sólidos (detritos) pelo curso de água. Pode ser feita por saltação, rolamento, arrastamento ou suspensão.

Sedimentação- deposições dos materias, no leito ou nas margens. Os materiais mais pesados e maiores depositam-se a montante, enquanto os menos pesados e de menores dimensões se depositam juzante.

Ocupação Antrópica

Risco Geológico: probabilidade de corrência de um acontecimento geológico nefasto. Ocorrem mais em locais de instabilidade geológica.

As consequências de um risco podem ser reduzida, desdeque se conheçam os processos geológicos naturais e os materiais rochosos das áreas de intervenção humana.

A ocupação de zonas da superfície terrestre pelo ser humano, com modificação das paisagens naturais, designa-se por Ocupação Antrópica.



Para evitar que a ocpuação antrópica aumente os problemas resultantes da interacção Terra-Homem, é necessário estabelecer regras de ordenamento de território.

Ordenamento do Território: processo integrado de organização do espaço biofísico, para ocupá-lo, utilizá-lo e transformá-lo de acordo com as capacidades do mesmo.

Sistema de Classificação de Whittaker

A Classificação de Whittaker em cinco reinos baseia-se em três critérios:

- Nível de Organização Estrutural: considera o tipo de estrutura celular (células eucarióticas ou procarióticas) e se os seres são unicelulares ou multicelulares.

- Tipo de Nutrição: baseia-se no processo de obtenção de alimento.

- Interacções nos Ecossistemas: interacções alimentares que os seres estabelecem nos ecossistemas.

Evolução dos Sistemas de Classificação

Até meados dos século XIX, os seres vivos estavam divididos em dois reinos, Reino Plantae e Reino Animalia.
- Plantae: seres vivos fotossintéticos, sem locomoção nem ingestão, bactérias e fungos.
- Animalia: seres não fotossintéticos, com locomoção e ingestão (englobando seres uniceleulares e multicelulares.

No século XIX, surgiu um novo reino proposto por Haeckel, o Reino Protista, originando um sistema de classificação em três reinos.
- Protista: seres primitivos e ambíguos, nem animais nem plantas, como as bactérias, os protozoários e os fungos.
- Animalia
- Plantae

Já no início do século XX, Copeland adicionou o Reino Monera, dando origem a um sistema de classificação em quatro reinos.
- Monera: seres procariontes.
- Protista: seres eucariontes unicelulares e fungos
- Animalia
- Plantae

Em 1969, Whittaker sugeriu a colocação dos fungos num reino próprio, o Reino Fungi. Deste modo, apareceu o sistema de classificação em cinco reinos.
- Monera
- Protista
- Fungi
- Plantae
- Animalia


Sistemas de Classificação



Classificações Práticas- classificações dos seres vivos, usando características dos mesmos, para aplicá-las em necessidades primárias/básicas dos humanos (alimentação, abrigo, interesse económico, defesa, etc.)

Classificações Racionais- usam as características dos seres em estudo. Reflectem uma vontade científica de classificar, de distribuir seres vivos por grupos.

Classificações Horizontais- supõe a imutabilidade das espécies e não consideram o factor tempo.

Classificações Artificiais-baseiam-se numa ou em poucas características e não têm a intenção de reflectir proximidades entre diferentes grupos.

Classificações Naturais- baseiam-se em muitas características, de modo a estabelecer proximidades entre grupos de seres vivos, tal como se pensa ocorrerem na Natureza.

Classificações Verticais- são filogenéticas, admitindo o factor tempo. Estabelecem parentescos, numa perspectiva evolutiva.

Neodarwinismo - Teoria Sintética da Evolução

Apesar de no século XX ser já aceite pela comunidade científica, o Darwinismo não explicava os mecanismos responsáveis pelas variações existentes nas espécies e o modo como estas de transmitiam de geração em geração.

Em 1942 surgiu o Neodarwinismo, ou Teoria Sintética da Evolução, que abrange a variabilidade genética e a selecção natural.

A selecção natural actua sobre a diversidade, sendo que esta tem como fonte primária a ocorrência de mutações e como fonte mais próxima a recombinação genética.

Mutações- são a fonte de novos alelos (novas formas génicas), pois apesar de, na sua maioria, trazerem inadaptção (sendo eliminadas por selecção natural), há algumas que não trazem qualquer adaptabilidade especial e outras que podem até trazer vantagens. De qualquer forma, os novos genes são adicionados ao fundo genético da população.



Recombinação Genética- através da meiose e da fecundação, os genes do fundo genético sofrem recombinação nos indivíduos da mesma espécie, aumentando gradualmente a variabilidade genética.

Partindo da variabilidade, o indivíduo com a combinação genética mais vantajosa é seleccionado, em relação a outros, menos favorecidos, da mesma população. Quanto maior a diversidade, maior é a capacidade de adaptação a mudanças do meio.

Assim, a evolução é a mudança do fundo genético da população.